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Os 7 problemas mais comuns em carros elétricos usados e como motoristas de app podem resolvê-los

Optar por um carro elétrico usado para trabalhar como motorista de aplicativo pode ser uma ótima alternativa para reduzir custos com combustível e manutenção. No entanto, como qualquer veículo, os elétricos também estão sujeitos a problemas que podem afetar seu desempenho e gerar custos inesperados.

A principal diferença é que, por serem modelos relativamente novos no mercado, muitos motoristas ainda não sabem identificar e resolver falhas comuns em veículos elétricos, o que pode levar a gastos desnecessários ou até tempo de inatividade. Além disso, a falta de oficinas especializadas em algumas regiões pode tornar o processo de reparo mais desafiador.

Neste artigo, abordaremos os problemas mais frequentes em carros elétricos usados, como identificá-los e o que fazer para corrigi-los sem comprometer sua rentabilidade como motorista de aplicativo.


1. Degradação da Bateria e Perda de Autonomia

O problema:

A bateria de um carro elétrico perde capacidade ao longo do tempo, o que pode resultar em redução da autonomia, obrigando o motorista a parar mais vezes para recarregar. Esse desgaste é natural e esperado, mas pode ser acelerado pelo uso excessivo de recargas rápidas, variações extremas de temperatura e hábitos inadequados de carregamento. Modelos mais antigos ou que já rodaram muitos quilômetros tendem a ter uma degradação mais perceptível, afetando diretamente a eficiência do veículo e, consequentemente, a produtividade do motorista de aplicativo.

Além disso, o uso frequente da carga completa (100%) ou descargas profundas (abaixo de 10%) pode impactar negativamente a durabilidade da bateria. Outro fator que pode acelerar a degradação é deixar o carro elétrico estacionado por longos períodos com a bateria totalmente descarregada ou carregada ao máximo. Por isso, ao adquirir um elétrico usado, é essencial verificar a saúde da bateria e entender como o dono anterior cuidou do veículo.

Como resolver:

  • Monitore a saúde da bateria usando o sistema do veículo ou aplicativos específicos.
  • Evite recarregar até 100% com frequência; o ideal é manter a carga entre 20% e 80% para reduzir o desgaste.
  • Diminua o uso de carregadores ultrarrápidos, priorizando carregamentos lentos sempre que possível.
  • Se a degradação estiver muito avançada, verifique a possibilidade de recondicionamento ou substituição de módulos da bateria, que pode ser mais barato do que trocar a bateria inteira.

2. Problemas com Recarga Lenta ou Intermitente

O problema:

Muitos motoristas relatam que o tempo de recarga do veículo aumenta com o tempo, ou que a conexão com carregadores públicos apresenta falhas frequentes. Isso pode acontecer por desgaste dos conectores do carro, cabos de carregamento defeituosos ou até problemas na própria rede elétrica da estação de recarga. Além disso, em alguns casos, o sistema de gerenciamento da bateria pode limitar a potência da carga como forma de preservar a saúde do componente, tornando o processo mais lento.

Outro fator que pode causar dificuldades na recarga é o uso de carregadores não compatíveis com o padrão do veículo ou problemas na infraestrutura elétrica residencial para quem carrega o carro em casa. Adaptadores de baixa qualidade ou tomadas mal aterradas podem gerar aquecimento excessivo e comprometer a eficiência do carregamento. Por isso, ao notar uma queda no desempenho da recarga, é essencial realizar testes com diferentes carregadores e verificar a necessidade de manutenção no sistema elétrico do veículo.

Como resolver:

  • Teste diferentes carregadores e tomadas para verificar se o problema está no veículo ou na infraestrutura elétrica.
  • Verifique se o cabo de carregamento está danificado e substitua-o caso necessário.
  • Limpe os conectores de carga periodicamente, pois poeira e sujeira podem comprometer a eficiência da recarga.
  • Se o problema persistir, procure uma oficina especializada para verificar possíveis falhas no inversor ou no módulo de carregamento.

3. Desgaste Prematuro dos Pneus

O problema:

Carros elétricos são conhecidos pelo torque instantâneo, que proporciona acelerações rápidas, mas também pode causar desgaste irregular e acelerado dos pneus. Além disso, como esses veículos costumam ser mais pesados devido às baterias, a pressão exercida sobre os pneus é maior do que em um carro a combustão. Motoristas que fazem muitas corridas no dia a dia podem notar um desgaste mais rápido nas bordas dos pneus dianteiros, o que afeta a estabilidade e a eficiência energética do veículo.

Se os pneus não forem calibrados corretamente e o rodízio não for realizado periodicamente, esse desgaste pode ser ainda mais acentuado, reduzindo a vida útil do jogo de pneus. Além disso, dirigir com pneus em más condições compromete a aderência, principalmente em dias chuvosos, aumentando o risco de acidentes. Como os pneus representam um dos principais custos de manutenção para motoristas de app, é fundamental acompanhar seu estado regularmente e evitar hábitos que acelerem o desgaste.

Como resolver:

  • Faça rodízio de pneus a cada 10.000 km para equilibrar o desgaste.
  • Mantenha a calibragem correta, pois pneus murchos aumentam o consumo de energia e reduzem a durabilidade.
  • Considere pneus de baixa resistência ao rolamento, que ajudam a economizar energia e duram mais.
  • Evite acelerações e frenagens bruscas, que podem desgastar os pneus mais rapidamente.

4. Redução da Eficiência do Sistema de Freios Regenerativos

O problema:

O sistema de freios regenerativos é um dos grandes diferenciais dos carros elétricos, pois converte a energia da frenagem em eletricidade para recarregar a bateria. No entanto, alguns motoristas percebem que, ao longo do tempo, o sistema se torna menos responsivo, exigindo maior uso do freio mecânico. Isso pode acontecer por desgastes nos sensores do sistema regenerativo, falhas de software ou simplesmente por alterações no comportamento do motorista, que pode não estar aproveitando corretamente essa tecnologia.

Além disso, alguns modelos apresentam redução da eficiência regenerativa quando a bateria está totalmente carregada. Isso acontece porque o sistema não tem para onde enviar a energia recuperada, limitando sua atuação. Para evitar esse problema, é recomendável monitorar as atualizações de software do veículo e realizar as revisões periódicas no sistema elétrico para garantir que o freio regenerativo continue funcionando corretamente.

Como resolver:

  • Verifique se o sistema de regeneração está ativado corretamente nas configurações do veículo.
  • Faça revisões periódicas no sistema elétrico, pois falhas no software podem comprometer a regeneração.
  • Caso a eficiência tenha caído drasticamente, uma atualização de software na concessionária pode corrigir o problema.

5. Problemas na Suspensão e Barulhos Excessivos

O problema:

O peso adicional das baterias nos carros elétricos pode exercer maior pressão sobre o sistema de suspensão, causando desgastes mais rápidos em amortecedores, buchas e componentes da carroceria. Motoristas que circulam frequentemente por vias esburacadas ou com asfalto irregular podem notar um desempenho mais rígido da suspensão e, em alguns casos, um aumento nos barulhos internos. Esses ruídos podem ser provenientes tanto da suspensão quanto de partes plásticas do painel e das portas.

Com o tempo, peças que antes não apresentavam problemas começam a se soltar, principalmente em carros usados que já rodaram por longas distâncias. Além disso, a ausência de um motor a combustão, que normalmente mascara barulhos internos com seu ruído, faz com que qualquer ruído na cabine se torne mais perceptível. Para evitar esses problemas, o motorista deve realizar revisões periódicas na suspensão e utilizar materiais de vedação para minimizar barulhos na cabine.

Como resolver:

  • Faça alinhamento e balanceamento regularmente para evitar sobrecarga em um lado da suspensão.
  • Inspecione os amortecedores e buchas a cada 20.000 km para evitar desgastes excessivos.
  • Se o veículo apresentar barulhos internos, verifique se há partes soltas no acabamento e utilize espumas de vedação para reduzir ruídos.

6. Queda no Desempenho do Motor Elétrico

O problema:

Motoristas de aplicativo que rodam muitas horas por dia podem notar que, ao longo do tempo, o motor elétrico perde um pouco do seu desempenho. Isso pode se manifestar como respostas mais lentas na aceleração, menor eficiência energética e uma sensação de que o carro está menos ágil. Em alguns casos, essa perda de desempenho pode estar relacionada a superaquecimento do motor ou falhas no inversor de potência, que regula o fornecimento de energia da bateria para o motor.

Outro fator que pode influenciar é o estado da bateria, pois se houver degradação significativa, o sistema pode limitar automaticamente a potência do motor para preservar a autonomia do carro. Isso pode ser especialmente perceptível em veículos mais antigos ou que foram utilizados intensivamente. Nesses casos, uma análise no sistema elétrico pode identificar se há falhas nos componentes de alta voltagem ou se uma atualização de software pode restaurar parte do desempenho perdido.

Como resolver:

  • Reinicie o sistema do carro e verifique se há atualizações de software disponíveis.
  • Evite rodar com a carga da bateria muito baixa por longos períodos, pois isso pode afetar o desempenho do motor.
  • Se houver perda significativa de potência, um diagnóstico na concessionária pode identificar possíveis falhas no inversor ou no controlador do motor.

7. Falta de Oficinas Especializadas e Peças de Reposição

O problema:

A infraestrutura para manutenção de carros elétricos ainda está em desenvolvimento no Brasil, o que significa que nem todas as cidades contam com oficinas especializadas e peças de reposição disponíveis. Para motoristas de aplicativo que dependem do carro para trabalhar, a falta de suporte técnico adequado pode ser um grande problema, pois pode aumentar o tempo de inatividade do veículo em caso de reparo.

Além disso, peças como baterias, inversores e módulos eletrônicos ainda têm um custo elevado e nem sempre são encontradas facilmente. Isso obriga muitos proprietários a recorrerem a importação de componentes ou a oficinas não especializadas, que podem não ter o conhecimento técnico necessário para realizar o serviço corretamente. Diante desse cenário, motoristas de app devem sempre pesquisar previamente onde encontrar peças e mecânicos especializados antes de optar por um modelo elétrico usado.

Como resolver:

  • Pesquise oficinas especializadas na sua região antes de precisar de um reparo.
  • Considere importar peças de reposição caso não encontre disponibilidade no mercado nacional.
  • Algumas seguradoras já oferecem planos específicos para carros elétricos, com assistência especializada e peças cobertas pelo seguro.

Embora os carros elétricos sejam mais econômicos e tenham menos problemas mecânicos do que os veículos a combustão, motoristas de aplicativo devem estar preparados para lidar com desafios específicos, especialmente quando se trata de modelos usados. Monitorar o estado da bateria, adotar boas práticas de recarga, cuidar dos pneus e ficar atento ao desempenho do motor são passos essenciais para garantir um funcionamento eficiente e evitar gastos inesperados.

Além disso, como o mercado de elétricos no Brasil ainda está em expansão, é fundamental que os motoristas busquem oficinas especializadas, acompanhem atualizações de software e pesquisem constantemente sobre novas soluções para manutenção e reparos.

Ao seguir essas orientações, motoristas de app podem maximizar a vida útil de seus veículos, reduzir custos e garantir uma operação mais eficiente e rentável com seus carros elétricos usados.

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