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Os 10 principais erros ao comprar um carro elétrico usado e como evitá-los

Com a crescente popularidade dos carros elétricos, muitos motoristas estão considerando a compra de um modelo usado como alternativa mais acessível para entrar na mobilidade elétrica. No entanto, ao contrário dos veículos a combustão, os elétricos possuem particularidades que precisam ser avaliadas com mais atenção, especialmente no que diz respeito ao estado da bateria, histórico de recarga e manutenção específica.

Comprar um carro elétrico seminovo sem a devida pesquisa e verificação pode resultar em prejuízos financeiros e desempenho abaixo do esperado. Além da escolha do modelo, a inspeção técnica e a análise do custo-benefício no longo prazo são essenciais para evitar problemas e garantir que o veículo atenda às necessidades do comprador.

Neste artigo, vamos abordar os 10 principais erros ao comprar um carro elétrico usado e as melhores estratégias para garantir um bom negócio, evitando armadilhas comuns e assegurando uma compra segura e vantajosa.


1. Não verificar o estado da bateria

A bateria é o componente mais caro e essencial de um carro elétrico, sendo responsável pela autonomia e desempenho do veículo. Com o tempo, todas as baterias sofrem degradação natural, perdendo parte de sua capacidade de armazenamento de energia. Um erro comum ao comprar um elétrico usado é não verificar o estado de saúde da bateria (SOH – State of Health), que indica o quanto da capacidade original ainda está disponível.

Baterias com degradação acentuada podem reduzir drasticamente a autonomia do carro, tornando-o pouco eficiente para o uso diário. Se o SOH estiver abaixo de 70%, o veículo pode precisar de uma substituição da bateria em poucos anos, o que pode custar dezenas de milhares de reais e inviabilizar a compra. Como a bateria representa uma parte significativa do valor do carro, ignorar esse fator pode transformar um bom negócio em um grande prejuízo.

Como evitar: Antes de fechar a compra, solicite um laudo técnico que mostre a saúde da bateria. Muitos modelos possuem essa informação no próprio painel do carro ou em aplicativos da montadora. Prefira veículos com SOH acima de 80%, garantindo uma boa vida útil restante.


2. Não conferir o histórico de recarga

A forma como um carro elétrico foi recarregado ao longo do tempo tem impacto direto na durabilidade da bateria. Recargas rápidas em excesso podem acelerar a degradação das células, assim como manter a bateria sempre carregada a 100% ou descarregá-la abaixo de 10% com frequência. Motoristas que não seguem boas práticas podem comprometer a vida útil da bateria, tornando o carro menos eficiente ao longo dos anos.

Carros elétricos que foram utilizados de maneira intensa e sem cuidados podem apresentar perda acelerada de autonomia, mesmo que visualmente estejam em bom estado. O ideal é que o veículo tenha sido carregado majoritariamente em corrente alternada (AC) e que as recargas rápidas tenham sido usadas apenas quando necessário.

Como evitar: Pergunte ao proprietário ou concessionária qual foi o padrão de recarga utilizado. Se possível, peça registros das recargas ou analise os dados no próprio sistema do carro. Prefira veículos que tiveram uma rotina equilibrada de carregamento, com uso moderado de recargas rápidas.


3. Não avaliar a autonomia real do modelo

A autonomia anunciada pelo fabricante nem sempre reflete o desempenho real do carro no dia a dia. Fatores como temperatura, estilo de condução, carga transportada e até o desgaste natural da bateria podem reduzir significativamente a autonomia real do veículo. Muitos compradores escolhem um carro elétrico apenas com base na autonomia teórica, sem considerar que na prática o alcance pode ser menor.

Se a autonomia real for insuficiente para sua rotina, você pode acabar precisando de recargas constantes, reduzindo sua produtividade e aumentando seus custos operacionais. Para motoristas de aplicativo ou quem precisa rodar longas distâncias diariamente, essa diferença pode ser determinante na escolha do modelo certo.

Como evitar: Antes de comprar, pesquise avaliações de motoristas que usam o mesmo modelo e faça um teste prático. Prefira veículos cuja autonomia real atenda às suas necessidades diárias sem a necessidade de múltiplas recargas.


4. Ignorar a infraestrutura de recarga disponível

Ter um carro elétrico sem um bom planejamento de recarga pode ser um grande problema. Se você mora em um prédio sem ponto de carregamento ou trabalha em áreas onde a infraestrutura de recarga é limitada, pode ser inviável manter um elétrico no dia a dia.

Muitos compradores focam apenas no custo do carro e esquecem de considerar a disponibilidade de estações de carregamento. Em algumas regiões, encontrar carregadores rápidos pode ser difícil, o que pode comprometer a viabilidade do veículo, especialmente para quem depende do carro para o trabalho.

Como evitar: Antes da compra, mapeie as estações de recarga disponíveis na sua região e verifique se há possibilidade de instalar um carregador residencial. Planeje sua rotina considerando os tempos de recarga e a conveniência do abastecimento.


5. Não considerar os custos de manutenção e seguro

Os carros elétricos têm manutenção mais barata do que os modelos a combustão, mas alguns itens ainda podem gerar custos elevados. Componentes como bateria, suspensão e sistema de arrefecimento da bateria podem ter preços elevados em caso de substituição.

Além disso, o seguro de um elétrico pode ser mais caro do que um modelo convencional, principalmente se o veículo tiver alto valor de mercado e poucas peças disponíveis. Muitos compradores assumem que os custos operacionais serão baixos, sem considerar essas variáveis.

Como evitar: Consulte concessionárias e oficinas especializadas para entender os custos reais de manutenção do modelo desejado. Faça cotações de seguro antes da compra para evitar surpresas no orçamento.


6. Comprar um modelo sem garantia de bateria

A garantia da bateria é um fator essencial ao comprar um carro elétrico usado. Muitas montadoras oferecem garantia de até oito anos, mas se esse prazo já tiver expirado ou estiver próximo do fim, o risco de precisar substituir a bateria aumenta consideravelmente.

Se o veículo estiver fora da garantia e houver necessidade de troca, o custo pode ser muito alto, anulando qualquer economia feita na compra do carro usado.

Como evitar: Prefira veículos que ainda estejam dentro do prazo de garantia da bateria ou que possuam um histórico de uso bem documentado. Se a garantia estiver prestes a vencer, avalie os custos de uma possível substituição antes da compra.


7. Não verificar o sistema de arrefecimento da bateria

A bateria do carro elétrico precisa de um sistema eficiente de resfriamento para evitar superaquecimento e degradação prematura. Modelos com resfriamento passivo (a ar) tendem a sofrer mais com altas temperaturas, reduzindo a vida útil da bateria.

Se o sistema de resfriamento estiver com problemas, a autonomia do carro pode ser afetada, e o desempenho do veículo pode cair significativamente.

Como evitar: Consulte as especificações do modelo e verifique se o sistema de resfriamento está funcionando corretamente. Modelos com arrefecimento líquido geralmente são mais duráveis e confiáveis.


8. Desconsiderar a desvalorização do modelo

A desvalorização é um fator crucial na compra de qualquer carro usado, mas nos elétricos isso se torna ainda mais relevante, já que o mercado ainda está em fase de amadurecimento. Alguns modelos podem perder valor rapidamente devido à baixa procura no mercado de seminovos ou à falta de suporte adequado da montadora. Além disso, a evolução rápida da tecnologia das baterias pode tornar certos modelos obsoletos mais cedo do que um carro convencional.

Carros elétricos com autonomia limitada ou com dificuldades na manutenção costumam sofrer maior desvalorização. Isso pode dificultar a revenda futuramente, especialmente se novos modelos com melhores especificações forem lançados a preços mais competitivos. Assim, um elétrico que hoje parece uma boa compra pode se tornar um problema quando chegar a hora de vendê-lo.

Como evitar: Antes de decidir pela compra, pesquise o histórico de desvalorização do modelo escolhido e prefira veículos de marcas que já possuem presença consolidada no Brasil. Verifique também se o carro escolhido possui um bom nível de aceitação no mercado de usados, garantindo que sua revenda no futuro não seja um desafio.


9. Comprar sem testar o veículo

Muitos compradores confiam apenas na quilometragem e no estado visual do carro antes de fechar negócio, sem perceber que um teste de rodagem pode revelar detalhes essenciais sobre o desempenho do veículo elétrico. Diferente dos modelos a combustão, os elétricos possuem características específicas que podem não ser perceptíveis em uma inspeção superficial, como o comportamento da frenagem regenerativa, o consumo real da bateria e o funcionamento do motor elétrico sob diferentes condições de uso.

Um teste prático pode ajudar a identificar problemas na autonomia, no sistema de regeneração de energia e no conforto da condução. Além disso, ruídos anormais ou falhas no sistema elétrico podem indicar a necessidade de reparos futuros, aumentando o custo total da compra. Se o carro já sofreu desgaste excessivo ou não recebeu manutenção adequada, esses sinais podem aparecer apenas durante a condução.

Como evitar: Sempre faça um teste de rodagem antes da compra, simulando condições reais de uso, como trânsito urbano e trechos de alta velocidade. Observe a eficiência do sistema regenerativo, o consumo de bateria em diferentes situações e qualquer comportamento estranho na dirigibilidade. Se possível, leve um mecânico especializado para avaliar o veículo e garantir que ele está em boas condições.


10. Não verificar o histórico de acidentes

Ao contrário dos carros a combustão, um veículo elétrico que já sofreu colisões pode ter danos não apenas na estrutura, mas também na bateria. Um impacto forte pode comprometer as células da bateria, afetando sua capacidade de armazenamento e até mesmo tornando o carro mais suscetível a falhas elétricas. O problema é que muitos desses danos podem não ser visíveis de imediato, só se manifestando meses depois do acidente.

Além disso, reparos mal executados após colisões podem comprometer a segurança do veículo. Problemas na parte elétrica, sensores desalinhados e falhas no sistema de regeneração de energia são comuns em carros que sofreram batidas e não passaram por manutenção especializada. Por isso, confiar apenas na aparência do carro pode ser um erro grave.

Como evitar: Antes de comprar um carro elétrico usado, consulte o histórico de acidentes do veículo utilizando serviços especializados ou verificando registros de seguradoras. Além disso, peça uma inspeção detalhada para garantir que a estrutura da bateria e o sistema elétrico estejam intactos. Prefira veículos que passaram por revisões em concessionárias ou oficinas especializadas, evitando surpresas desagradáveis no futuro.


Em resumo, a compra de um carro elétrico usado pode ser uma ótima alternativa para quem deseja economizar e adotar a mobilidade elétrica, mas requer atenção a detalhes que diferem dos veículos a combustão. Avaliar o estado da bateria, o histórico de recarga, a infraestrutura disponível e os custos de manutenção são passos essenciais para evitar prejuízos.

Seguindo as dicas deste artigo, você pode garantir um bom negócio e aproveitar todas as vantagens de um carro elétrico com segurança. Faça uma análise criteriosa, compare modelos e escolha um veículo que realmente atenda às suas necessidades. Dessa forma, sua transição para o mundo dos elétricos será mais tranquila e vantajosa.

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